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Arquivo mensal: abril 2021

INÍCIO DE “A EDUCAÇÃO”

Escrita

Ah se escreverei!
Claro que escreverei.
Que caída a lida
sobrevive o coração.

E não farei poesia para o convívio dos homens
farei é versos perigosos, brutais!

Nem aquele Homero nem o tal do Carlos Drummond são religião minha
 – que nada sei de religião –
são minha ciência.
Eu no mundo por entre as coxas de mulheres:
sempre novidade – que se abre ao toque.

Ah se escreverei!
Na folha(!) e não lamentarei navios
que não são meus!

Se escreverei?
Oras! SÃO ESTAS AS MINHAS PALAVRAS!

E nada quero do eterno
o quero longe gente, longe.

Será que um homem não pode viver mais neste mundo?

Se escrevo? Claro que escrevo
e escrevo cada trabalho simples,
cada beijo apaixonado.

Depois muda a semana
e volto ao trabalho
cotidiano e às horas.

Que diabos precisa mais o homem?

Não é faculdade dele viver cada dia
e a cada dia fazer as tarefas de homem?

Sem chorar.
Sem lamentar.
Sem praguejar.

Que já foi feito pelos delicados
E de nada adiantou.

A vida é bravura.
Em carne, nos ossos, tudo.

 
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Publicado por em 24 de abril de 2021 em Livro