O já conhecido livro, “Aconselho-te crueldade” – incursão em prosa do poeta mineiro, Fernado Fiorese – toma de assalto às expectativas de todas as pessoas que o conhecem como poeta. Se na poesia a atenção ao ritmo, os termos secos, as rimas desafiadoras, o trabalho no verso branco tão artífice como se um sonetista… o que esperar de um livro de contos? Na verdade não havia expectativas, fora as dos fãs, amigos e claro, dos inimigos (o que dá particular sabor à vida). Um conto, até a crônica (que é sempre jornalística, nunca literária) passa uma ideia de não surpresa. Isto já é um continente de “lugar comum”; salvo algumas iguarias do Mago Machado de Assis (e na própria história de nossa literatura ocidental: poucos outros). Mas Fernando deu sim, susto à toda gente e de toda sorte: seu livro, como seus poemas, parecem ter uma recusa proposital (ironia proposital?) de não se entregar facilmente. Num nível até superior ao que se pede de um texto que vulgarmente chamamos: canônico. Outro mineiro, Ivo Barroso, ilustra com melhores palavras do que este:
Poemas Coloquiais 