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ESBOÇO: “conjunto dos traços iniciais, geralmente provisórios, de um desenho, de uma obra de arte”. (Fonte: Oxford Languages)

“A Educação do Pai”. Caravana Editorial e Caburé Libros.




“Em “A Educação do Pai” cresceu mais um degrau a poética de Gustavo, e nela, como um brilho nos olhos a refletir. Mundo. Tanto ao alcance quanto imaginado. Que se passou, invisível, por entre os dedos no ato de transformar poesia? Lá está, no mais alto grau poético, de novo e outra vez, junto a Carlos Drummond, Mário de Andrade, outros, um Gustavo entre o visceral e o sublime, a dar mais este regalo.”

“In “A Educação do Pai” (“Father’s Education”) Gustavo’s poetics grew yet another step, and in it, like a sparkle in the eyes to reflect. The world: both within reach and imagined. What happened, invisible, through our fingers in the act of transforming poetry? There he is, in the highest poetic degree, again and again, together with Carlos Drummond, Mário de Andrade, others, a “Gustavo Goulart” between the visceral and the sublime, giving yet another gift.”

“En “A Educação do Pai” (“La Educación del Padre”) la poética de Gustavo creció un paso más, y en ella, como un brillo en los ojos para reflexionar. Mundo. Tanto al alcance como imaginado. ¿Qué pasó, invisible, a través de nuestros dedos en el acto de transformar la poesía? Ahí está, en el más alto grado poético, una y otra vez, junto a Carlos Drummond, Mário de Andrade y otros, un Gustavo entre lo visceral y lo sublime, dando un regalo más”.

“In “A Educação do Pai” (“L’educazione del Padre”) la poetica di Gustavo cresciuta un ulteriore passo avanti, e in essa, ancora di un passo, e in esso, come una scintilla negli occhi per riflettere. Mondo. Sia a portata di mano che immaginato. Cosa è successo, invisibile, attraverso le nostre dita nell’atto di trasformare la poesia? Eccolo lì, al più alto grado poetico, ancora e ancora, insieme a Carlos Drummond, Mário de Andrade e altri, un Gustavo tra il viscerale e il sublime, regalando ancora un’altra sorpresa.”

Leon Nunes – Romancista.




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Publicado por em 13 de abril de 2024 em Livro

 

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O Primeiro Texto…

Eternidade

Pai
Agora vais de encontro a meu avô.
E te enterro aqui nesta terra que é tu mesmo em forma morta.
Foi aqui que vieste ao mundo. É aqui que ficarás no mundo
como coisa unida, devolvida ao estático. Finito no infinito.

Pai
católico a vida inteira… Venho eu: ateu, ateu de mim mesmo, ateu das coisas

– mas crente das mulheres todas (!) que as amo
e amo sempre e mais e melhor. E aceito minha condição e desejo as carnes de todas elas!
Feliz é quem exerce o que se nasceu pra ser –

para dizer-te: a imortalidade é real, existe e agora tu a experimentas.

Pai
a imortalidade é medida pela tua ação ao teu clã.
Nascente, viveste, casaste, morreste.
Mas como morreste?! Não vês que sou eu mesmo o homem que
o fez Pai? Não veste que tens também uma filha em minha irmã?
Não vês… Que tens um neto?
Em nós tua carne viverá. Agora és imortal.

Pai
o que acontece hoje já aconteceu e acontecerá de novo.
Pois assim são as coisas e elas estão certas e tudo está como deve.
À sua hora o sol nasce. À sua hora, morre.
A lua o segue e o seguirá novamente.
Tudo está em seu lugar.

Pai
se deixas os filhos de teu clã vivos – num adeus necessário porém silencioso
Voltas para teus irmãos e irmãs. Teu pai e tua mãe.
Ao lado deles permanecerá deitado.
Tu retornas ao clã falecido.
Viste? Tudo está como deve.

…………………………………………………………………………………..

Meu pai
deixastes com defeitos e virtudes marcadas no fundo de mim o silêncio das pedras.
A ironia.
O observar.
O self-control:
Um homem que é senhor de si vence dez outros homens!
Com uma só palavra levanta mil outros homens à guerra!
Tomando a frente do exército para si leva cem mil homens à vitória!

O homem senhor de si
chama as tempestades e elas atendem: raios partem os céus em calamidades!
Levanta as montanhas com as mãos!
Desafia deuses e homens e os vence.

Meu pai
deitas agora ao lado de teu pai

……………………………………………………………………………………

E tomo por lição o que vai acontecer comigo.
E tudo está bem. E tudo está como deve.

Virá
em tempo futuro ininvestigável
um filho meu, teu neto
e me enterrarás deitado ao lado de meus avôs e de ti.

E acontecerá de novo o que deve.
E aconteceu antes e acontecerá de novo.
E eu volto aos de meu clã que estão estáticos
mas cuidam da relva da manhã de todas as plantas do mundo.

E tudo está como deve. E tudo está bem.

A eternidade nas carnes dos que deixamos…
A eternidade na fidelidade dos que nos aguardam

              [agora em pedra, em ossos

              [e com teu corpo morto: és livre.

 
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Publicado por em 16 de janeiro de 2021 em Livro, Novo Texto, Texto

 

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